Thursday, September 30, 2004

A verdade é que eu não caibo dentro de mim.
Quando fecho os olhos eu sinto e sei que sou muito mais. Me estendo da Sibéria a Timbuktu, passando por Vênus e São Pulo. Abraço a amiga que já se foi. Sinto o cheiro do bolo que a vovó fazia e escuto a sua risada (que também não cabia dentro dela). Vejo as meninas grandes e o amor maduro. Vôo no espaço, me impregno de sol e danço entre as estrelas. Como javalis numa pequena aldeia da Gália, desço ao inferno com o Sandman. Embalo o filho que talvez nunca tenha. Sou toda luz e cor.
Minha expansão espacial e temporal esbarra somente nas pedras que largo displicente ou minuciosamente no caminho... e nos muros que construo mesmo sem saber.

Meu limite sou eu, mas eu não caibo dentro de mim.

0 Comments:

Post a Comment

<< Home